31 julho, 2009

As 100 empresas + ligadas do Brasil

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Blogs, wikis e outras ferramentas da web 2.0 entram para o DNA de tecnologia das companhias mais inovadoras do país.

No horário de almoço, um gerente do supermercado Pão de Açúcar aproveita para checar as melhores práticas de gestão comercial no micro. Não é uma página da intranet da empresa que se abre no browser. Ele consulta um wiki, mantido por outros profissionais com a mesma função. "A ferramenta serve para compartilhar experiências de sucesso e também problemas", afirma Joaquim Dias Garcia, CIO do Grupo Pão de Açúcar. Segundo ele, a adoção do wiki vem sendo gradual, e os próprios funcionários se encarregam de divulgar a iniciativa. "É como TV a cabo. O sujeito acaba assinando só para não ficar por fora das conversas", diz. O Grupo Pão de Açúcar é apenas um exemplo de como o wiki está entrando para a rotina das companhias. Entre as 100 Empresas + Ligadas do Brasil, uma pesquisa feita pela INFO, 29 usam essa plataforma. A tendência de adoção de soluções web 2.0 é ainda mais forte quando se consideram outras ferramentas, como blogs, mashups, RSS e redes sociais. Um estudo da Forrester Research divulgado em maio afirma que, até o fim de 2009, 50% das empresas do mundo vão adotar algum tipo de ferramenta web 2.0 internamente. No entanto, entre as 100 + Ligadas do Brasil, esse porcentual já é de 100%. Todas informaram usar pelo menos uma entre as nove ferramentas web 2.0 do questionário elaborado pela INFO (confira os critérios da pesquisa em www.info.abril.com.br/ ligadas/2009). Os blogs são adotados por 34 das 100 + Ligadas. No caso do Terra, eles são usados para compartilhar conhecimento. "Nossos funcionários usam blogs internos para publicar conteúdo de algum evento ou viagem de trabalho", diz Marco Schilling, vice-presidente de tecnologia do Terra. Os blogs também são cada vez mais adotados como forma de contato com o público-alvo das empresas. "Em alguns eventos da Roche voltados para médicos, usamos os blogs para divulgar as palestras e, posteriormente, para publicar o conteúdo discutido nas sessões", afirma Ronízia Moura, gerente de emarketing para a América Latina da Roche.

A empresa farmacêutica também vem investindo na área de vídeo: organiza web meetings, debates entre especialistas de diversas áreas de medicina transmitidos ao vivo para outros médicos. Segundo Ronízia, esse projeto pretende facilitar o acesso a informações publicadas em congressos especializados, que normalmente ocorrem apenas em grandes cidades. "Médicos de cidades do interior têm dificuldade de ir a esses eventos. Por meio dos web meetings, eles podem acessar informações relativas à sua especialização e interagir com outros profissionais", diz. As transmissões ao vivo podem ser posteriormente vistas on-demand e enriquecidas com documentos e apresentações.

A mais ligada

Somadas, as 100 Empresas + Ligadas do Brasil têm 490 bilhões de reais de faturamento bruto, mais de 37 mil funcionários de TI e 8 bilhões de dólares de investimento em tecnologia em 2008. Na 14a edição do levantamento, a INFO enviou um questionário com perguntas sobre as tecnologias usadas por 1 583 executivos de empresas de todos os segmentos da economia. A partir das respostas, foi possível traçar um panorama da TI no Brasil no ano de 2008.

Pela sétima vez consecutiva, a Empresa + Ligada do Brasil é o Bradesco. No ano passado, um dos desafios da área de tecnologia foi fazer a migração de toda a infraestrutura do banco para o novo Centro de Tecnologia de Informação (CTI) de 10 mil metros quadrados de área, inaugurado no fim de 2007. "Migramos 46% dos equipamentos e vamos continuar esse processo ao longo de 2009", afirma Laércio Albino Cezar, vice-presidente executivo do banco.

Em 2008, uma área que recebeu atenção especial foi a de biometria. Atualmente, 5,6 mil máquinas de atendimento são equipadas com esse recurso, de um total de cerca de 30 mil. Já existem outras seis mil ATMs encomendadas e com previsão de instalação para esse ano. Outro marco de 2008 no banco foi a conclusão da segunda etapa do projeto de ERP, baseado na plataforma SAP. Serviços de contabilidade e leilões foram consolidados dentro da estrutura do ERP.

O grande projeto de TI do Bradesco para 2009 é a conclusão de uma das etapas do Nova Arquitetura, projeto que pretende reformular toda a infraestrutura de TI do banco. "Estamos modificando processos estabelecidos há décadas e este ano vamos finalmente começar a colher os frutos de um projeto iniciado em 2004", afirma Cezar.

Empresas mais verdes

Iniciativas na área de TI Verde foram outro destaque do levantamento As 100 Empresas + Ligadas do Brasil. Nada menos do que 90% das companhias declararam praticar algum tipo de reciclagem. Mas isso vai muito além da simples reciclagem de papel. Medidas como virtualização e consolidação de servidores cada vez mais fazem parte das práticas usadas para reduzir o impacto de TI no meio ambiente.

No Grupo Pão de Açúcar, um projeto de TI pretende consolidar todo o parque de servidores. "Temos todos os servidores Risc consolidados, e, na plataforma Intel, já são 85%", afirma Garcia. Ele conta ainda que outro projeto verde é a instalação de 3 500 thin clients, que deve ser feita nos próximos três meses.

No Terra, um grande projeto reformulou todo o sistema de ar condicionado do data center de Porto Alegre. De acordo com Marco Schilling, o sistema antigo foi substituído por uma plataforma que aproveita melhor a temperatura externa para refrigerar o ambiente. "O novo sistema é preparado para, se a temperatura externa estiver baixa, puxar o ar da rua em maior volume, tratá-lo e distribuí-lo pelo data center. É um processo mais eficiente do que puxar o ar já quente do data center, refrigerá-lo e jogá-lo novamente nas salas", explica.

No Bradesco, 2008 foi um ano em que o consumo de energia esteve no topo das prioridades. Um projeto de redução de consumo de energia diminuiu em 7,4% o consumo do banco. No total, foram poupados 28 milhões de KVAs. Outra frente do banco na área de TI verde está nos cartuchos de impressão. "Atualmente, 95% dos cartuchos de tinta usados no banco são remanufaturados", afirma Laércio Albino Cezar.

Nuvens incertas

Nuvem é, de longe, uma das palavras mais badaladas no atual vocabulário de TI. Cezar afirma que o Bradesco acompanha com atenção os avanços na área de cloud computing, mas por enquanto não contempla a adoção dessa modalidade. Para ele, os serviços de computação em nuvem ainda precisam amadurecer. "Lidamos com dados financeiros sigilosos. Transferir essas informações para outra empresa seria muito arriscado. E se o parceiro falir?", diz.

Enquanto bancos e outras empresas do segmento financeiro ainda mantêm um pé atrás com relação à nuvem, outras companhias já usam esses serviços em aplicações bastante robustas. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, utiliza uma ferramenta SaaS para elaboração da política de preços dos produtos, da americana DemandTec. "Nós fornecemos dados para a aplicação deles por meio de nove regras, que podem ser configuradas por nós. A partir dessas informações, eles nos passam dados sobre o preço sugerido de nossos produtos, levando em conta uma grande quantidade de variáveis, como a situação financeira da empresa, histórico e previsão de vendas e conjuntura econômica no Brasil e no exterior", afirma Garcia.

Serviços no iPhone

Com 3,9 milhões de unidades vendidas em todo o mundo somente nos primeiros quatro meses de 2009, de acordo com o instituto Gartner, o iPhone já é um sucesso mais do que comprovado. E, com essa popularidade, cresce também a demanda por serviços. O provedor Terra é uma das empresas que contam com várias iniciativas para o smartphone. "Nosso webmail e o TV Terra são dois de nossos serviços mais importantes que já rodam no iPhone", afirma Schilling.

Já o Grupo Pão de Açúcar está convertendo para iPhone a aplicação Painel de Vendas, usada pelos executivos da empresa para gerenciar processos e vendas e realizar outras tarefas de administração. "Originalmente essa aplicação funcionava apenas em smartphones BlackBerry. Mas estamos fazendo uma versão para iPhone para atender melhor aos executivos da empresa", afirma Garcia. A companhia considera 2009 o ano da mobilidade e vai investir pesado em serviços móveis também para consumidores.

A Roche é outra empresa que está de olho nessa tendência. "Acompanhamos o segmento médico desde os tempos do pager e da combinação de celular e palmtop. Agora o momento é de migração para smartphones", afirma Ronízia Moura. Ela diz que a Roche vai lançar nos próximos meses um aplicativo robusto para smartphones, com o objetivo de facilitar tarefas do dia a dia de médicos. O iPhone é uma das plataformas que rodarão o programa.

Lista das 100 empresas + ligadas do Brasil


Fonte: Blog Info

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